terça-feira, 21 de maio de 2013

Você Não Tem Escolha







Gênero de primeira necessidade (quase), o uso da internet se mostra cada dia mais difundido no país. Seja para estudar, pesquisar ou interagir com outras pessoas. Mas no Brasil a má qualidade do serviço impede que haja uma significativa melhora nos índices. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) 33% dos brasileiros têm acesso à internet em seus domicílios. Um número bem razoável apesar das dificuldades impostas pelas próprias empresas do setor.

Net, GVT, Claro, Vivo e afins são exemplos de que a falta de uma concorrência mais qualificada deixa os consumidores em situação vexatória.

Além dos preços exorbitantes, suporte técnico deficitário, atendimento ao cliente de péssima qualidade o assinante ainda se encontra desamparado quando se trata de um órgão regulador, visto que a Anatel se preocupa mais com os interesses das companhias do que quem paga a conta -e  que paga o salários dos integrantes da agência.

As discrepâncias são inúmeras, e todas legitimadas pelo malfadado Ministério das Comunicações, que assiste a tudo, impávido e colosso, apenas torcendo para não ter que se envolver ou incomodar as gigantes do setor.

1-Velocidade Contratada 

Nos planos que vão de 1 até 100 megas, o consumidor paga, mas não leva. Se valendo de uma brecha do contrato, legitimada pela Anatel, as empresas tem a obrigação de apenas entregar 20% do total. Então se seu plano é de 5 megas, receberá apenas 1. Mas pra piorar, na maioria das vezes nem 20% chega ao seu PC.
Ao chamar um técnico, ele irá testar e lhe mostrar que há na sua residência o exato valor contratado. Ao contestá-lo fazendo um download qualquer, a desculpa oficial será: "bom, a velocidade se perde em algum ponto; porque pra nós tá tudo normal".
Normal seria se não houvesse tanta sordidez ao tratar quem lhes paga o salário, desqualificando os argumentos dos assinantes.

2 - Suporte Técnico

Mais cômodo para as empresas, a terceirização é lugar comum nesse ramo. Por isso os clientes estão sujeitos a "chuvas e tempestades", já que o compromisso destes profissionais não é do maiores. Sua negligência obriga os assinantes a esperar quase metade de um dia para uma reles visita técnica, que muitas vezes será infrutífera.

3 - Pacotes e Planos

Algo que pouco foge da regra são os pacotes pré-determinado pelas empresas do setor. Os mais simples tem mais canais de baixa ou nenhuma qualidade e/ou relevância, forçando ao consumidor a escolher os mais caros. Nestes, via de regra, os canais Globosat serão a prioridade, já que divulgar a agenda da família Marinho é a tônica. Inclusive suprimindo a concorrência. Seja no esporte (ESPN, Fox Sports ou Band Sports) quanto na notícia (Record News e Band News, além dos canais internacionais CNN e Fox News), a opção sempre será para um canal das Organizações Globo. Para ter algum outro, só pagando mais. O sistema é perverso, mas engenhoso.
Sem levar em conta a infinidade de canais dispensáveis, que encarecem um pacote  e agrada muito pouco.
Além da suspeita de formação de cartel entre as empresas. Repare que os preços oscilam muito pouco entre uma e outra, contrariando a lei de mercado e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Cartel é crime federal e, portanto grave. Isso afeta a livre concorrência e se torna crime lesa-pátria.

4 - Atendimento ao Cliente

Poucas empresas conseguiram se adequar às exigências do Decreto 6523, que normatiza o atendimento ao cliente. O que faz com que os assinantes ainda tenham que esperar vários minutos para ser atendidos, ter que repetir mais de uma vez seu problema e, ao final da ligação ainda não ter a certeza de resolução dos problemas.
 Muitas companhias tem um Sac desprovido de bons profissionais (Vivo e, principalmente a Net), já que o salário é medíocre e, portanto não se pode esperar nada muito promissor. São mal treinados, mal assessorados e lhes ensinam apenas a repetir frases feitas, e não a desenvolver o raciocínio lógico, para momentos onde o inesperado aparece.Resultado: clientes insatisfeitos e irritados; e com a permanência do problema.

5- Venda Casada 

Muito comum, mas profundamente ilegal, a venda casada fere o artigo 39 do código de defesa do consumidor. É comum um cliente interessado em cotar planos de outra empresa e se surpreender com a obrigatoriedade de contratar mais de um serviço, mais conhecido como Combo. A GVT é primorosa em desrespeitar essa lei.




Para que tudo funcione adequadamente, resta ao consumidor humilhado buscar o Procon, ou até mesmo os jornais que disponibilizam seções de atendimento ao cliente em suas páginas. A conciliação é quase certa, mas se chegar aos tribunais, dificilmente um juIz permitirá que a companhia seja duramente punida, já que, num acordo tácito, os magistrados Brasil afora não permitem grandes indenizações aos assinantes, para não correr o risco de deixar que pessoa alguma enriqueça com processos deste tipo. As multas serão de um valor ínfimo e incentivam as empresas a continuar sua trajetória de claro descumprimento das leis e de desconsiderar as pessoa mais importantes nessa equação: TODOS NÓS.



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4 comentários:

  1. Olá Marcelo, eu cansei de brigar com essas operadoras. Concluí que estamos nas mãos delas, infelizmente. As leis em nosso país parecem beneficiar apenas os maiorais.
    Um abraço.

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    1. E o pior, Claudinha, é que tudo o que elas fazem é com a anuência do governo. Aí a briga é desigual. Um abraço

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  2. Olá Marcelo
    Ontem a noite, coincidência ou não, quando lia essa matéria, começou a chover e minha net caiu e só começou a votar hoje a tarde, Fiquei sem poder trabalhar o dia todo, fora essa gripe que me enche o saco...Sem poder escolher entre o ruim e o péssimo, a gente fica na mão de oportunistas...tudo isso que vc colocou ai eu vivi e vivo na pele ( além de todos nós, blogueiros, é claro )
    abração!

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    1. Fala Marcão. Na verdade essas empresas de fundo de quintal ( ao menos em suas formas de ser administradas) estão fazendo do setor uma máfia, um cartel que só tende a pirar ao longo dos anos. E a Anatel só assiste. Um abraço

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