sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Mais Uma Bola Fora da Globo




Cansados do sistema canalha imposto pela máfia futebolística há décadas, alguns jogadores experientes e influentes em seus respectivos grupos finalmente se uniram e fundaram o Bom Senso F.C.

Eles até que tentaram o diálogo com a entidade máxima do futebol (a Globo) e sua entidade capacho, a CBF (pensou que fosse o contrário, né?); mas deram de ombros.

O jeito, então, foi mobilizar as massas. Os líderes do movimento (Paulo André, Dida, Rogério Ceni, D'Alessandro e outros) começaram a agir nos bastidores dos clubes e angariar apoio de uma classe outrora desunida. Note que, praticamente nenhum jogador que atua no estrangeiro se comprometeu de verdade com o Bom Senso –literalmente. Para não se queimarem com o Sargentão Felipe Scolari, técnico da seleção, Kaká, Robinho, Hulk e Neymar preferiram não se envolver. Justo eles que, apesar de atuarem fora, poderiam agregar o nome e o prestígio, ajudando a pressionar os senhores do futebol.



COMEÇA O JOGO...

Quarta-feira, 13 de novembro. Em praticamente todos os jogos da rodada do Brasileirão houve protestos. Os atletas cruzaram os braços, numa demonstração de insatisfação contra o status quo vigente neste país. Até quando foram ameaçados pelos capachos do sistema (os árbitros) com cartões amarelos e expulsões, não se acovardaram. Ao contrário, se prontificaram a bater bola de um lado para o outro, sem objetividade para evitar punição injusta e para dar o recado. E o recado era claro: sem diálogo, sem espetáculo. O establishment tremeu.

Globo explica protestos, ESPN apoia e Luciano do Valle se perde


Acostumados a ter absolutamente tudo sob controle, as emissoras não sabiam o que fazer com aquela nova informação. Rebelião é novidade por estas bandas. O “gigante acordou” nos gramados, também. Tanto a Band, quanto a emissora fascista que domina com mão de ferro o futebol e principal alvo das manifestações, estavam sem rumo. Os narradores despistavam chamando de “um minuto de silêncio”. Só se for pelas condições atuais do principal esporte do brasileiro. A manipulação não deu certo e, tanto nas arquibancadas, quanto nas redes sociais, o apoio foi maciço.


Paulo André prometeu outros protestos, também na série B. Ceni acusou a emissora dos Marinhos de dificultar a vida dos jogadores.

Jogadores protestam em campo contra Globo e ritmo de trabalho


Pra ser bem justo, tudo começou com uma entrevista ao jornal esportivo Lance!, do jogador do Coritiba, Alex, há algum tempo: "Quem cuida (do futebol) é a Globo, a CBF é só a sala de reuniões (...). E o torcedor? O cara sai de casa ou do trabalho, precisa ir para o estádio dez horas da noite, assistir ao jogo, voltar para casa, e ainda precisa acordar sete horas da manhã no outro dia. Poxa, isso é desumano. Por isso que os estádios estão vazios".

Foi o pontapé inicial no motim.

Esse produto, que a Globo mantém com exclusividade através de jogo sujo e coerção, está sendo dilapidado. Estádios cada vez mais vazios, famílias evitando os jogos, torcedores que não tem garantia de retorno às suas casas, principalmente porque transporte coletivo, após a meia noite, inexiste, e preços impraticáveis. Eis as razões dos problemas. Os atletas se propuseram a conversar e achar um caminho. E os dirigentes?

Globo e CBF deveriam entender a reação dos jogadores e dialogar. Eles são os que fazem o tal 'espetáculo'. As reivindicações são legítimas. Excesso de jogos, dívidas trabalhistas, horários indignos para as partidas são pontos relevantes. Ignorar isso é burrice, um tiro no próprio pé. A Confederação, por sinal, é craque em calotes também. Leia aqui: Triste por aniversário de Kevin, pai ainda espera doação da FBF .


Quando põe a discutir os rumos do esporte no país, os atletas estão indo além do lugar comum. Estão mostrando que não temem retaliações da outrora mandatária da nação. Resta esperar que não titubeiem. O sistema estremeu. Por enquanto, o Bom Senso F.C. marcou um belo gol. Mas sabe como é. Quando se joga contra time grande e fora de casa, um a zero é sempre um placar perigoso.



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