quarta-feira, 30 de julho de 2014

MEUS DESEJOS PARA AS ELEIÇÕES DE 2014




Eu espero que o pessoal em Alagoas pare de votar em Renan Calheiros e Fernando Collor;

Eu realmente espero que o pessoal no Maranhão pare de votar na Roseanne Sarney;


Espero que o pessoal em São paulo não vote nunca mais em gente igual ao Maluf, Frank Aguiar e Geraldo Alckmin. Principalmente o Alckmin;




Torço muito para que a galera no Rio de Janeiro jamais reeleja gente da estirpe de Sérgio Cabral e Eduardo Paes;


Gostaria imensamente que o povo do Amapá parasse de votar no José Sarney;

Também pediria que os baianos nunca mais elegessem Antônio Carlos Magalhães Neto;


Que o povo do Distrito Federal ignorasse para sempre gente igual ao Agnelo Queiroz. Mas que, nem por isso, tivesse que ressuscitar o Joaquim Roriz ou José Arruda;

Adoraria que os catarinenses aposentassem de vez qualquer um da família de Jorge Bornhausen;

Que se evitasse escolher “candidatos” conhecidos que usam a fama para concorrer a um cargo eletivo. Está provado que celebridades só enchem o saco;


Eu rogo para que os eleitores com dificuldades de compreensão esquecessem de Marco Feliciano, Jair Bolsonaro, Eduardo Cunha e tantos fascistas que insistem em trazer a era medieval para o século XXI;

Adoraria que os eleitores de primeira viagem pensassem muito antes de votar em alguém que sequer pesquisaram a respeito;


Gostaria que aqueles indivíduos que comparecem às seções eleitorais com má vontade, se dispusessem a pensar que o voto pode mudar o estado de coisas em que se vive;


Que os rabugentos de plantão que insistem em anular o voto, por birra ou desconhecimento de causa, entendessem que se a coisa está ruim, pode piorar. E não é se omitindo que o 'status quo' mudará, milagrosamente;

E que, acima de tudo, valorizassem a possibilidade de poder escolher seus candidatos, livremente (é, eu sei que o voto é obrigatório), lembrando que houve uma geração anterior a nossa, que deu a vida para que pudéssemos ter a opção de votar em A ou B; portanto, seria uma ingratidão imensa com tantos que viveram em uma época em que votar era proibido.

Se temos a possibilidade de escolher quem irá nos governar ou legislar em nosso nome, devemos fazê-lo com sabedoria. Esbravejar aos quatro cantos como uma criança mimada, que não tem quem escolher nas eleições, soa como escárnio. Basta o brasileiro ter a mesma disposição que tem com o futebol.


Talvez fôssemos Pentacampeões, também na política.







quinta-feira, 17 de julho de 2014

Jornalista judia comenta o holocausto cometido contra palestinos





TEXTO DE DEBORA CATTANI.




Gaza: coexistência não é prática do estado de Israel ´Coexista´: em texto, jornalista judia comenta o holocausto cometido contra palestinos. 11 de julho - 19:48 Coexista Por Deborah Cattani*, para o Entrefatos Sou judia, mas não de ventre judeu. A expressão pode soar absurda, mas para quem cresceu em comunidade judaica é natural. O verdadeiro judeu, para os radicais, é o que nasce de ventre judeu. Minha mãe se converteu quando eu tinha sete anos. Estudei seis em colégio israelita, sofri bullying por causa disso, no entanto, continuei judia. 



 Já morei em Israel, duas vezes. A primeira foi na infância, entre 1993 e 1995. Uma das piores épocas do terrorismo. Não me lembro de nenhum atentado, salvo ver minha mãe atônita na frente da televisão ao saber da morte Yitzhak Rabin, pouco depois da nossa volta ao Brasil. Tudo bem, eu tinha seis anos na época. Mas eu sempre fui politizada, talvez por ter pais intelectuais, talvez por interesse próprio. Ser questionadora não é fácil, você engole muito sapo pelo caminho. Aos 14 anos voltei para Israel. Sozinha. 





Morei a 15 minutos da Faixa de Gaza, num kibutz chamado Or Haner. Se você procurar no mapa, vê que é bem pertinho. O Google não consegue mostrar o trajeto entre eles, acho que porque Gaza é sitiada. Dessa vez fiquei pouco tempo, cinco meses. Fui para a escola como uma judia qualquer, tive aulas, ajudei no kibutz, andei pelas festas e passeei por cidades próximas. Israel é um país pequeno, cabe 35 vezes no Rio Grande do Sul, Estado em que moro atualmente. Apesar disso, é país de primeiro mundo, lindo, limpo, bem cuidado, único pedaço de terra com lençóis freáticos em todo o Oriente Médio. Voltei por inúmeras razões, decepção foi uma delas. Mesmo assim, cresci boa parte da vida no Brasil, distante do conflito. Tive uma educação judaica até os 15 anos, quando começou minha decepção diante da religião. 




Vou fazer um parêntese aqui: não sou antissemita. Acredito que o Estado de Israel possa existir, mas como estado laico, sem fechar fronteiras diante de preconceitos religiosos, ou seja, não sou antissionista. Para entrar no país, você passa por um longo processo, MESMO tendo passaporte israelense. Sou filha de professora e obviamente, como jornalista e mestre em comunicação social, não me tornei alienada. Não consigo entender essa guerra, que é tão próxima e tão irreal. O que exatamente os não-judeus nos fizeram para termos tanto ódio? Chamo assim, pois o estado de Israel é um estado JUDEU e não aceita outras religiões, salvo em Jerusalém, que pasmem, é uma cidade laica. Não são só muçulmanos que estão morrendo. Aliás, os árabes não têm uma única religião, existem árabes católicos, ateus e até mesmo judeus. 




O que o Estado de Israel está fazendo é desumano. Mais desumano que o holocausto, mais duradouro que o holocausto, e de forma mais pertinente pode ser chamado de holocausto, pois hoje em dia todo o mundo pode ver com os próprios olhos e MESMO assim, poucos reagem. Óbvio que a guerra tem dois lados e muitos judeus morrem também. Mas a proporção é absurda. A cada bomba lançada sobre Israel, 30 são devolvidas para Gaza. Dizem que três adolescentes judeus morreram… E as 14 CRIANÇAS que perderam a chance de ter uma vida longa em Gaza? O que é Gaza, você deve estar se perguntando… Eu vi com meus próprios olhos. Não, não é uma favela, mas se você, brasileiro, já viu um conjunto habitacional (moradia popular), é isso. Imagina você ser tirado do conforto da sua casa, do seu emprego, dos seus pertences e ser jogado num quarto com mais oito pessoas e viver no medo iminente de um ataque, sem poder sair deste lugar, pois o seu passaporte está para sempre condenado. Isso é o que os judeus fizeram em 1948. Isso é o que eu aprendi porque eu abri meus olhos. 




Nas aulas de cultura judaica na escola eu só ouvia como somos, nós judeus, vítimas do mundo, vítimas do nazismo, do terrorismo e, por isso, temos o direito de fazer pior. Tenho muitos amigos judeus, mas cada vez tenho menos. Cada vez que um deles posta um heil Israel no Facebook ou qualquer coisa dizendo “matem os árabes”, eu tenho um amigo a menos. Se vocês já assistiram o filme A Onda, é EXATAMENTE isso que o governo israelense faz com seus jovens. Já tive treinamento militar israelense, sei como funciona toda a lavagem cerebral e até entendo porque funciona, afinal, somos pobres vítimas. Tenho vergonha de dizer que sou judia em locais públicos. Tenho vergonha do meu passaporte israelense e tenho vergonha dessa cidadania. Fugi desse país, apesar de amar aquela terra. Prefiro dizer que sou brasileira e, neste momento em que todo mundo está com vergonha do Brasil por causa de futebol, eu nunca me senti tão bem em ser brasileira. 




Enquanto os outros velam a Copa do Mundo, eu levanto a minha bandeira de “eu não pertenço a Israel”. Eu espero que a mídia faça um trabalho melhor deste dia em diante. Chega de apoiar um estado que não é nosso e sim de TODOS. Estamos no século XXI e não na idade média, aprendemos a dividir, logo, chega de conquistar. A maior conquista é a boa coexistência.




segunda-feira, 14 de julho de 2014

À SELEÇÃO BRASILEIRA, OBRIGADO PELAS GARGALHADAS






Agradeço a Luiz Felipe Scolari pela bagunça que ele instituiu na Copa, chamada de “seleção brasileira”.




Agradeço ao sistema tático inexistente e das tentativas frustradas de David Luiz em fazer as vezes de Gérson e tentar ligar a defesa ao ataque (em suma, procurando Neymar) e quase nunca conseguindo.



Grato à comissão técnica pelas desculpas esfarrapadas que fazem com que comediantes corem de inveja, tamanho absurdo.



Valeu pelas entrevistas coletivas e suas respostas deselegantes, mesmo para aqueles que costumam beijar sua mão Felipão.



Adorei as bagunças na defesa (!), meio de campo(!!) e ataque(!!!). Os irmãos Marxs, ícones do humor de Hollywood nos anos 20 e 30 se orgulhariam de ver que suas técnicas foram copiadas pelos jogadores brasileiros.



Muito agradecido ao Neymar, pelo “migué” que o tirou da partida contra a Alemanha –pra quem sofreu uma fratura em uma vértebra, ele estava lépido ao descer do ônibus, carregar mochila nas costas e se sentar no banco de reservas.



Satisfações à CBF pelo sumiço nas derrotas.



Saudações aos jornalistas esportivos que puxaram o saco do Felipão.



Nota 10 para os jogadores pelo empenho em campo – ironia, viu gente?



Parabéns à comissão técnica que nunca admitiu o fracasso.



A todos os bobões que torceram, choraram, se desesperaram, levaram o evento esportivo a sério, muitas considerações.





Todos estes acontecimentos me proporcionaram muitas risadas. Eu e tantos outros que sabiam do engodo que seria a Copa, o uso político que dela seria feito, da manipulação por parte da imprensa corrompida, pela massificação em torno de um ideal falso –a pátria de chuteiras – e da maneira ridícula que cobririam o dia a dia da seleção brasileira.



Ri muito. Continuo rindo até agora, ao ver um time que, outrora ostentou a pose de “maior do mundo”, e que vê hoje sua reputação ser menosprezada por todos os times do planeta.



Acho divertido ver o quanto as pessoas se preocupam com esse declínio de um mero time de futebol; talvez por saberem o quanto isso simboliza para um povo (ou parte dele) e por entender que muitos acham que jogar bola é a única primazia dos brasileiros. Sem isso, não há mais nada que os credenciem como bons em algo.







Isso, em si, já é patético. O jeito é rir, enquanto muitos alienados choram – sem saber exatamente o porque.